Verão de '92 algures num quartel situado numa planície alentejana...
Junto à 1ª CI estavam eles os quatro (dois socorristas e dois condutores) a olhar para uma Companhia de partida para mais uns exercícios no campo, exercícios esses que se destinavam a estabelecer, o término de 12 semanas de recruta dos cerca de 200 homens que compunham essa Companhia.
Dois desses recrutas e futuros soldados usavam uns coletes reflectores que marcavam o fim da coluna de militares, já que parte da marcha se iria efectuar em estrada de alcatrão.
Um dos socorristas diz ao outro: "- Ó C. eu não gostaria de ser um dos que vão usar o colete...", mal imaginava ele o que viria a suceder momentos depois...
Partiram do Quartel, viraram à esquerda na berma da estrada em direcção ao campo de treinos, situado num vale a 12 quilómetros do quartel, um dos socorristas dentro da ambulância ia na conversa com o condutor, brincalhão (como sempre foi), ia brincando com um dos recrutas que envergava o tal colete reflector. Passados 5 quilómetros a coluna começa a desviar-se para a esquerda ,afim de entrar na estrada de terra batida que leva até ao vale onde os treinos se iriam efectuar.
Um dos socorristas diz ao condutor:
"- Vou sair afim de ajudar a controlar o trânsito", mas mal mete a mão no puxador da porta com o intuito de sair do veículo, uma carrinha de 25 lugares do Instituto de emprego e formação profissional, passa em excesso de velocidade atropelando o jovem de colete reflector... O tempo parou... Um grito ouviu-se:
"- Socorristaaaaaaaaaa!!!"
O condutor da ambulância gelou... Outro condutor teve de pegar no volante da ambulância... Os seus camaradas pediam justiça na hora e os Oficiais tentavam controlar aquela massa humana que reclamavam justiça...
O jovem foi transportado para o Hospital com traumatismos múltiplos, as luzes de emergência piscavam, a sirene tocava, o socorrista chega ao hospital e então um dos maqueiros de serviço pergunta:
"- A. que aconteceu?"
"- J. houve um acidente...", então J. empurra a maca pelos corredores daquele hospital. Médicos lutam para salvar a vida daquele jovem que o socorrista A. nunca pensou que sobrevivesse... Mais tarde, depois de estabilizado, as malhas da burocracia impediram que fosse evacuado de helicóptero... teve de ir de ambulância até Lisboa, num ano em que a A2 só começava na Marateca, a autoestrada Lisboa-Algarve ainda era uma miragem a anos de distância. Esse jovem sobreviveu, talvez devido aos seus 21 anos e passado uns 2 meses regressou ao quartel e foi visitar a enfermaria afim de ver quem o transportou até ao Hospital, caminhando com mais ou menos com dificuldade, cumprimentaram-se e dos seus lábios ouviu-se:
"- Obrigado por ter ajudado a salvar-me a vida..."
Sabe bem saber que algo de bom se fez nesta vida...
Foi há 15 anos...
O tempo voa...
Junto à 1ª CI estavam eles os quatro (dois socorristas e dois condutores) a olhar para uma Companhia de partida para mais uns exercícios no campo, exercícios esses que se destinavam a estabelecer, o término de 12 semanas de recruta dos cerca de 200 homens que compunham essa Companhia.
Dois desses recrutas e futuros soldados usavam uns coletes reflectores que marcavam o fim da coluna de militares, já que parte da marcha se iria efectuar em estrada de alcatrão.
Um dos socorristas diz ao outro: "- Ó C. eu não gostaria de ser um dos que vão usar o colete...", mal imaginava ele o que viria a suceder momentos depois...
Partiram do Quartel, viraram à esquerda na berma da estrada em direcção ao campo de treinos, situado num vale a 12 quilómetros do quartel, um dos socorristas dentro da ambulância ia na conversa com o condutor, brincalhão (como sempre foi), ia brincando com um dos recrutas que envergava o tal colete reflector. Passados 5 quilómetros a coluna começa a desviar-se para a esquerda ,afim de entrar na estrada de terra batida que leva até ao vale onde os treinos se iriam efectuar.
Um dos socorristas diz ao condutor:
"- Vou sair afim de ajudar a controlar o trânsito", mas mal mete a mão no puxador da porta com o intuito de sair do veículo, uma carrinha de 25 lugares do Instituto de emprego e formação profissional, passa em excesso de velocidade atropelando o jovem de colete reflector... O tempo parou... Um grito ouviu-se:
"- Socorristaaaaaaaaaa!!!"
O condutor da ambulância gelou... Outro condutor teve de pegar no volante da ambulância... Os seus camaradas pediam justiça na hora e os Oficiais tentavam controlar aquela massa humana que reclamavam justiça...
O jovem foi transportado para o Hospital com traumatismos múltiplos, as luzes de emergência piscavam, a sirene tocava, o socorrista chega ao hospital e então um dos maqueiros de serviço pergunta:
"- A. que aconteceu?"
"- J. houve um acidente...", então J. empurra a maca pelos corredores daquele hospital. Médicos lutam para salvar a vida daquele jovem que o socorrista A. nunca pensou que sobrevivesse... Mais tarde, depois de estabilizado, as malhas da burocracia impediram que fosse evacuado de helicóptero... teve de ir de ambulância até Lisboa, num ano em que a A2 só começava na Marateca, a autoestrada Lisboa-Algarve ainda era uma miragem a anos de distância. Esse jovem sobreviveu, talvez devido aos seus 21 anos e passado uns 2 meses regressou ao quartel e foi visitar a enfermaria afim de ver quem o transportou até ao Hospital, caminhando com mais ou menos com dificuldade, cumprimentaram-se e dos seus lábios ouviu-se:
"- Obrigado por ter ajudado a salvar-me a vida..."
Sabe bem saber que algo de bom se fez nesta vida...
Foi há 15 anos...
O tempo voa...
3 comentários:
Pois é salvam-se vidas perdem-se outras...
Hoje recebi a noticia de que uma rapariga que conhecia faleceu num acidente de moto com o namorado, embateram contra uma tractor agrícola com pás........ o final como podem antever não foi feliz...., nem tão pouco......
enfim foram 2 mortes trágicas, violentas , mas que nos confere o dever de vivermos o próximo dia com "alegria" por ainda estarmos aqui, com ou sem finalidades,mas VIVOS...certamente era o que a "Andreia" ia querer para todos nós...Viver, Agora,o Depois e o Para Sempre com Fulgor, Alegria e Um até já para todos os que ficam e que podem disfrutar da VIDA....
La Borrega
"Em homenagem à Andreia Salvador"
26 Anos
Por estas e por outras que eu faço tudo por tudo para ter sempre dias bons porque nunca se sabe quando a morte se vai lembrar de nós!
Eu acredito que temos um anjo da guarda, e de certeza que tu tens um...que te salvou a vida!
Andreia ... até um dia e olha por todos nós :-)
A_Coisa
Varias vezes tb já tive a sensação de ter tambem um "Anjo" ke me protege,e infelizmente já partiram muitas pessoas de kem eu continuo a gostar muito,aprendi muito kom essas perdas especialmente a ñ olhar somente para o meu umbigo. Mas aprendi tb ke temos ke aproveitar bem esta vidinha ke temos aki, possivelmente ñ teremos outra . ñ sei...:-(
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